eu me perco tão fácil. sinto raiva de me ver por aí saciando uma sede que não existe. de repente, estou lá. longe de mim. já não consigo me pegar. nem da janela mais alta eu posso me ver. os meus pensamentos vão se diluindo até se encaixarem nos moldes. eu sempre soube das dificuldades de ser assim, como eu. mas eu não pedi pra ninguém pra eu ser diferente. eu nem quero isso. aqui começo a ter medo dos dias que ainda não vi nascer. eles ficam me alertando, aconselhando, prevenindo. e vida lá é coisa pra se colocar entre as linhas de um papel? a vida se quer cabe lá! não cabe nem em mim. eu quero rasgar de ponta a ponta cada plano que eu fiz. sinceramente eu não sei se estou dentro desses planos. faço-os porque tudo aqui me cobra uma seta. merda! até pra plantar uma flor eles querem escolher o melhor espaço. não deixam nem as sementes livres. querem colocar a beleza entre canteiros. não sobra nada pro mundo. fica tudo lá dentro, atrás das grades dos apartamentos que encaixotam gente. vou juntar um pouco de ar dentro de uma mochila qualquer e vou sair por aí. pra qualquer lugar que me caiba… isso de morrer com vida não vale a pena.
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